Olá pessoal
Este é um tema que enfrenta muito preconceito, mesmo na atual e moderna sociedade, debater sobre gêneros para muitos ainda é um tabu. Nesta última parte do texto seguiremos para este rumo.
Diversidade Sexual
A unidade III tem como objetivo apresentar uma introdução ao tema da
diversidade sexual, o qual será aprofundado no módulo III do nosso curso. A discussão
se concentrará na análise de algumas questões as quais demonstram que a sexualidade
deve ser compreendida não apenas no nível do pessoal, mas também no político. Esse
percurso ocorrerá, portanto, no resgate do contexto histórico e social da regulação da
sexualidade e também no entendimento da relação entre a sexualidade e o exercício da
cidadania.
Buscaremos problematizar as bases sociais e históricas constituintes das
modernas formas de representação, das tecnologias e intervenções disciplinadoras e
normalizadoras do corpo e da sexualidade (FOUCAULT, 1988), tendo em vista
compreendermos que este trajeto nos permitirá apreender vários aspectos a respeito dos
discursos e práticas que determinam sistemas classificatórios de “normalidade” e
“anormalidade” no processo de construção das identidade sexuais e de gênero. A partir
desse quadro analítico, temos como meta a negação de um pensamento no qual às
formas essencialistas interposta à dimensão da sexualidade são tidas como verdades,
bem como o combate às discriminações e violências na esfera sexual.
As diferentes situações de preconceito e discriminação vivenciadas por homens
e mulheres em função de suas identidades sexuais e de gênero serão apresentadas a
partir do cruzamento das categorias de gênero e orientação sexual, de uma reflexão
sobre os direitos relativos à sexualidade e de um rápido panorama sobre as mobilizações
e a organização do movimento no Brasil de lésbicas, gays, bissexuais, travestis,
transexuais e transgêneros (LGBT).
Por que algumas manifestações da sexualidade são consideradas normais e
outras não? Por que a homossexualidade já foi avaliada como doença ou perturbação?
Há formas de sexualidade que podem ser consideradas “naturais”? Por quê? Será que
escolhemos aquele/a por quem vamos ter desejo, ou isso já faz parte da nossa
personalidade? Nossos desejos podem mudar ao longo da vida? Por que nossa
sexualidade é tão importante para definir quem somos e como seremos tratados por
quem está ao nosso redor? Por que as pessoas que não se comportam de acordo com o
que socialmente se espera de homens ou de mulheres são consideradas ”anormais”?
E ainda: Como a sexualidade se relaciona com a constituição de famílias?
Como a família nuclear heterossexual transformou-se em modelo ideal de família? Por
que algumas manifestações da sexualidade são vistas como legítimas para a constituição
de famílias e outras não? O que se diz sobre as famílias formadas por casais de mesmo
gênero? Como estes valores incidem na formação de crianças e adolescentes no âmbito
educativo formal?
Estas são algumas questões que buscaremos refletir nesta unidade com o
intento de introduzir o debate acerca da diversidade sexual, e, sobretudo compreender
de que modo podemos discutir a temática no cotidiano escolar. Há quem pense que a
sexualidade deva ficar do lado de fora da escola. Nessa perspectiva, a escola deveria ser
um local de estudo, de amizades – e não de namoro – de esportes, de brincadeiras etc. É
possível, no entanto, deixar a sexualidade do lado de fora? Será que estudo e convívio
não têm nada a ver com gênero, sexualidade e política, nem com questões de classe,
raça ou cor? Que questões sobre orientação sexual as relações na sala de aula e no pátio
deixam transparecer?
Não é possível deixar a sexualidade do lado de fora da escola. Ainda que
quiséssemos, isto seria impossível. Mesmo quando meninas e meninos eram separados
em escolas distintas, a sexualidade estava presente. Talvez se fechassem os olhos para
ela, mas estava lá. Até porque sexualidade não existe apenas nas relações entre gêneros
distintos. Alguns jogos e brincadeiras na escola, por exemplo, surgem carregados
de violência simbólica e até mesmo física, as quais não podem ser negligenciadas. A
educação sexual na escola será o nosso ponto agora, mesmo porque a sua presença no
ambiente escolar é um exemplo do quanto à sexualidade adolescente é também foco de
investimento político e instrumento de tecnologia de governo, ou seja, ela está
fundamentada em uma forte preocupação em administrar, tornando correto, o modo
como as/os adolescentes vivenciam a sexualidade, sem questionar a orientação implícita
na noção de um “desenvolvimento sexual normal”.
Em breve os outros módulos ofertados, ótimo dia.
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